O que é Cirrose Hepática?
A cirrose é uma doença em que o fígado deixa de funcionar corretamente devido a lesões prolongadas que causam a substituição do tecido normal do fígado por tecido fibroso. O desenvolvimento dessa doença é usualmente lento, levando meses ou anos.
Quais as causas da cirrose hepática?
- Vírus das Hepatites B e C;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
- Doença gordurosa do fígado;
- Doenças genéticas raras, por exemplo Hemocromatose e Doença de Wilson;
- Doença das vias biliares do fígado, por exemplo a Cirrose Biliar Primária, Colangite Esclerosante Primária e Atresia de vias biliares.
Quais são os principais sintomas da cirrose hepática?
- Redução de apetite;
- Perda de peso;
- Amarelão dos olhos e da pele do corpo (icterícia);
- Coceira;
- Acúmulo de líquido na barriga (ascite);
- Vômitos com sangue ou fezes escurecidas e mal cheirosas por sangramento do trato digestivo originários de veias de calibre aumentado no esôfago e estômago;
- Confusão mental e sonolência (encefalopatia hepática).
Como é a evolução para cirrose?
A evolução do paciente cirrótico é lenta, sem sintomas ou com sintomas inespecíficos (perda de peso, fraqueza) nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce.
As fases mais avançadas da doença podem ocorrer de duas formas:
- Súbita e maciça destruição hepática (como na hepatite fulminante viral ou por drogas e medicamentos);
- Agressão progressiva das células do fígado por agentes como o álcool e alguns vírus.
Seja qual for a evolução, 80% a 90% da capacidade funcional do fígado deve estar acometida para que ocorra falência hepática.
Toda vez que o fígado é agredido, as lesões transformam tecido saudável em fibrose. Com a persistência do mecanismo agressor, este tecido fibrótico progressivamente aumenta e, consequentemente, leva ao bloqueio do fluxo sanguíneo dentro do fígado e, por fim, impede que o fígado realize suas funções levando as complicações da doença.
Quais as complicações da cirrose hepática?
- Encefalopatia hepática, manifestada através de sintomas que variam desde lentidão até confusão mental grave e coma;
- Ascite, acúmulo de água na barriga;
- Hipertensão portal, aumento da pressão na veia porta do fígado levando a formação de varizes intrabdominais e de esôfago. Isso pode levar a episódios de sangramento importantes com risco de óbito;
- Coagulopatia que é o déficit de produção de fatores de coagulação do sangue;
- Icterícia que é manifestada pela cor amarelada da pele, dos olhos e cor escurecida da urina;
- Insuficiência renal;
- Tumores do fígado;
O tratamento inicialmente foca na prevenção ou tratamento do principal fator de risco que levou a cirrose hepática. Por exemplo, se a cirrose for de etiologia alcóolica, a primeira medida a ser tomada é cessar o uso de bebidas alcóolicas.
O transplante de fígado funciona como principal forma de tratamento para pacientes que apresentam cirrose hepática em estágio avançado e na maioria dos casos pode ser a única solução para curar a doença.
Todos os pacientes com cirrose devem ser acompanhados por médicos especialistas com experiência em transplante de fígado para o acompanhamento correto desta doença. Isto envolve além do tratamento e prevenção adequados das possíveis complicações da cirrose hepática, o rastreamento de tumores primários do fígado e a indicação do transplante nesses casos.